Alemanha prende 25 pessoas de grupo golpista de extrema-direita
A polícia alemã deflagrou mega operação contra 25 pessoas suspeitas de fazerem parte de uma "organização terrorista doméstica" cujo objetivo era tomar o poder no país
A polícia alemã prendeu 25 pessoas nesta quarta-feira (7) suspeitas de apoiarem ou fazerem parte de uma "organização terrorista doméstica" que planejava dar um golpe de estado no país, segundo informações da procuradoria federal da Alemanha.
A megaoperação contou com diversos mandados de prisão, busca e apreensão efetivados por cerca de 3,000 policiais e membros das forças especiais. A procuradoria diz que o grupo de extrema-direita foi formado por volta de novembro de 2021 e defendia teorias conspiratórias, afirmando que a Alemanha era governada por membros do "deep state" que precisavam ser retirados do poder.
"Os suspeitos estão unidos em uma profunda rejeição à República Federal da Alemanha, que ao longo do tempo se desenvolveu em uma decisão de iniciar um golpe violento para o qual eles fizeram preparativos específicos", disseram os promotores.
"Os membros da organização entenderam que sua empreitada só poderia ser realizada com o uso de meios militares e violência contra representantes do Estado. Isso inclui cometer assassinatos."
"Os membros da organização entenderam que sua empreitada só poderia ser realizada com o uso de meios militares e violência contra representantes do Estado. Isso inclui cometer assassinatos."
Dentre os presos, uma pessoa estava na Áustria e outra na Itália. Na Alemanha, os suspeitos presos incluíam um membro da antiga nobreza alemã, um membro do partido de extrema-direita AfD que já teve mandato no Bundestag e um cidadão russo (o único que não tinha cidadania alemã).
Uma das pessoas presas foi identificada pelos procuradores como Birgit M.-W., suspeita de ser a líder de "justiça" do grupo. A imprensa alemã a identificou como Birgit Malsack-Winkemann, uma juíza em Berlim e membro do AfD - ela serviu no parlamento entre 2017 e 2021.
Outros suspeitos incluem membros e ex-membros do exército alemão e diversos reservistas, alguns com treinamento militar especial e acesso a armas (inclusive ilegais).
Os procuradores disseram que estavam investigando um total de 52 pessoas.
Quais eram os planos do grupo?
Segundo os investigadores, o grupo pretendia instalar Heinrich XIII P. R. como o novo líder da Alemanha.
No país, as regras de privacidade impedem a polícia de divulgar nomes completos de suspeitos. Entretanto, a imprensa alemã, inclusive o jornal Der Spiegel, noticiou que o suspeito seria Henry XIII Prince Reuss, um conhecido membro de uma família da antiga nobreza alemã, hoje com 71 anos de idade.
O grupo estava procurando apoio de militares para, de maneira violenta, invadir o Reichstag (o parlamento alemão) e tomar o poder. O advogado-geral da União, general Peter Frank, disse que os suspeitos eram movidos por "fantasias de golpes violentos e ideologias conspiracionistas" e que estariam preparados para cometer assassinatos para atingir seus objetivos.
Os membros do grupo "seguiam um conglomerado de mitos de conspiração com narrativas do chamado 'Reichsbürger' e QAnon".
O movimento Reichsbürger não aceita a legalidade da república alemã e defende que a constituição do país de antes da Segunda Guerra nunca foi "anulada" e, portanto, tudo que vem depois não é válido. Eles acreditam que o estado alemão atual é um estado satélite controlado pelos Aliados.
Os suspeitos vão ser apresentados a um juíz que deve decidir se eles permanecem sob custódia até um possível julgamento.
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