FAQ: sou vacinado com Coronavac e vou para a Áustria. E agora?
Entenda o que significa tomar a vacina da Coronavac, ou Covishield, duas bastante comuns no Brasil e quais as repercussões para quem viaja ou mora na Áustria.
A Áustria parece que não quer facilitar a vida de ninguém e possui regras bastante complicadas quando se trata das restrições relacionadas à vacinação contra Covid-19. Isso porque o país tem três regulamentações diferentes para lidar com vacinação: uma para regular a entrada de pessoas no país (regras de entrada), outra para regular a entrada de pessoas em estabelecimentos dentro do país (regras 2G) e, agora, uma terceira que trata da vacinação compulsória (regras para vacinação obrigatória).
Atualização: a Áustria suspendeu a lei de vacinação obrigatória.
Para quem tomou uma das vacinas aprovadas pela agência de medicamentos da Europa, a EMA, não há muita confusão. Duas doses de vacina da Pfizer, por exemplo, contam como totalmente vacinado para entrada no país, entrada em restaurantes e bares e para comprovante de que segue a regra da vacinação compulsória.
A situação fica um pouco mais complicada para quem tomou vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas ainda não aprovadas pela EMA, como é o caso da Coronavac e da Covishield, duas das vacinas mais utilizadas no Brasil.
Regras de entrada
Para entrar na Áustria, o país aceita todas as vacinas aprovadas pela OMS (DE), o que inclui a Coronavac e a AstraZeneca aplicada no Brasil. Assim, seguindo as atuais regras de entrada na Áustria, uma pessoa que foi duplamente vacinada com Coronavac pode entrar na Áustria apresentando o comprovante de vacinação.
Regras que valem dentro do país
Dentro do país, porém, a situação é diferente. Internamente, a Áustria aceita apenas as vacinas aprovadas pela EMA como comprovante de vacinação. Isso significa que pessoas vacinadas com Coronavac (ou mesmo pessoas vacinadas com duas doses de Coronavac e o reforço de outro laboratório) não são consideradas vacinadas. Dessa forma, não podem entrar em estabelecimentos que pedem 2G.
Na maior parte do país, não há mais restrições de entrada em estabelecimento. Ou seja, pessoas não-vacinadas ou então pessoas vacinadas com Coronavac (mesmo se tiverem reforço de outra vacina) podem entrar estabelecimentos em geral.
A capital Viena decidiu manter 2G para gastronomia, pelo menos por enquanto. Isso significa que, em Viena, pessoas vacinadas com Coronavac ou Covishield não poderão entrar em bares e restaurantes, pois dentro do país elas não são consideradas vacinadas.
Aqui, vale um ponto: a vida real nem sempre bate com o que está nas regras. As regras são essas, mas na prática, nem todos os estabelecimentos checam ou conferem direito qual vacina é qual. Por isso, é comum ouvir relatos de pessoas que foram vacinadas com Coronavac e "entraram" em vários locais.
Regras em relação a vacina obrigatória
Como se dois sets de regras diferentes não fosse o suficiente, a Áustria tem agora uma legislação que entrou em vigor no começo do mês para vacinação obrigatória contra Covid-19 no país. Todos os residentes na Áustria acima de 18 anos precisam estar vacinados contra a doença - a menos que se encaixem em uma das exceções.
Mas e se eu me vacinei com Coronavac ou Covishield e me mudei para a Áustria? Ou nos casos de pessoas que se vacinaram no Brasil, mas já eram residentes da Áustria?
Residentes da Áustria que foram vacinados com Coronavac ou Covishield (além de outras vacinas aprovadas pela OMS) são considerados totalmente vacinados para efeitos da legislação da vacina obrigatória e não sofrerão penalidades, segundo a nova lei (DE).
Como pegar um passaporte verde se fui vacinado com Coronavac?
Existem algumas maneiras de conseguir ser considerado totalmente vacinado na Áustria com a Coronavac, segundo o site do governo (DE).
Para pessoas que tomaram duas doses de uma vacina não aprovada pela EMA, mas que ainda não tomaram uma dose da booster, é recomendado fazer um teste de detecção de anticorpos neutralizantes. Depois de pelo menos um mês, o conselho de vacinação recomenda que seja tomada uma dose de uma vacina mRNA (BioNTech/Pfizer ou Moderna).
Testes de detecção de anticorpos não entram no certificado digital europeu, mas a pessoa pode andar com o teste e o comprovante de que tomou a dose de uma vacina mRNA como comprovante de imunização completa dentro da Áustria.
Outra possibilidade, inclusive para quem já tomou uma dose extra de Pfizer e não tem mais como fazer o teste de anticorpos, é tomar mais uma (ou duas) vacina mRNA na Áustria, mesmo. Até pessoas que não são residentes e nem têm seguro de saúde conseguem tomar vacina em Viena (e outros estados) gratuitamente.
O governo afirma que, se desejado, é possível então tomar mais essa dose para possuir a "vacinação completa", mas que "um aumento na taxa de efeitos colaterais não pode ser descartado".
Na prática, a pessoa teria quatro vacinas: duas de vacinas não aprovadas pela EMA e duas de vacinas aprovadas. Para efeitos da regra 2G, então, as duas vacinas aprovadas pela EMA (por exemplo, duas doses de Pfizer) são aceitas e a pessoa é considerada totalmente vacinada.
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