Líder da extrema-direita na Alemanha deixa o partido

Um dos líderes do Alternativa para a Alemanha (AfD), Jörg Meuthen, anunciou sua saída do partido de extrema-direita após racha com o que ele chamou de "radicalismo da ala da direita".

O político de 60 anos era co-líder da AfD desde 2015, e considerado por muitos como uma força "moderada" no partido de extrema-direita. A AfD é um partido criado em 2013 por um setor conservador alemão contra as medidas da zona do euro para recuperar a economia grega. Depois da crise dos migrantes em 2015-16, o partido explorou medos e ódios e conquistou espaço no parlamento alemão - a primeira vez que a extrema-direita é eleita nacionalmente depois da Segunda Guerra.

Meuthen disse em um comunicado que muitos no partido escolheram seguir um caminho "cada vez mais radical e cada vez mais desinibido". O político ainda afirmou que essa ala adotou posições políticas e "aberrações verbais" que deixaram a AfD totalmente isolada e levou o partido ainda mais para as margens da política na Alemanha.

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Por seus laços com a extrema-direita e discurso conservador e nacionalista, a AfD já é um partido isolado no espectro político. Todos os demais partidos da Alemanha se recusam a fazer coalizões com a AfD. 

Em uma entrevista com o canal ARD, Meuthen explicou que perdeu uma disputa de poder sobre o futuro do partido. "O coração do partido bate muito para a direita esses dias", ele disse. O economista também afirmou, com preocupação, que vê "claros ecos de totalitarismo" na AfD.


Durante a pandemia, a AfD, que cresceu capitalizando em discursco nacionalista e xenofóbico, protestou contra as medidas de controle à pandemia. O partido também é fortemente contra quaisquer planos para impor vacinação obrigatória contra Covid na Alemanha.

Meuthen foi contra muitas dessas posições, e ainda chegou a criticar o discurso de que a Alemanha estaria à beira de uma "ditadura do Covid".

A AfD deve ter novas eleições para determinar a liderança do partido nos próximos meses.